Assembleia Legislativa pode reduzir área de preservação ambiental no PR

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A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) debate um projeto de lei que quer reduzir a área de preservação ambiental da Escarpa Devoniana – uma formação geológica que passa por várias cidades do Campos Gerais do Paraná. No dia 10 de março, haverá uma  audiência pública, em Ponta Grossa, no Cine Teatro Ópera, às 9h.

De acordo com o geólogo e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Gilson Guimarães, o estado possui um conjunto de três planaltos.

A Escarpa Devoniana, que está localizada entre a transição de relevo entre o primeiro e o segundo planalto, é chamada assim por causa das rochas de sustentação, que possuem idade devoniana, ou seja, 400 milhões de anos.

Em 1992, toda a escarpa virou Área de Proteção Ambiental (APA). São 392 mil hectares protegidos. Caso este projeto seja aprovado pelos deputados estaduais, a APA pode ser reduzida para 126 mil hectares.

O texto já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia. Agora, outras três comissões devem analisar a proposta, antes da votação em Plenário.

Danos ao meio ambiente
Segundo a bióloga e professora Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Liamares Antiqueira, essa proposta ameaça ainda mais a paisagem. Além disso, com a redução da área de proteção, mais espaço será liberado para o plantio de pinus, por exemplo.

“Quando o pinus compete com a vegetação nativa, ele ganha essa competição; a espécie não é natural da região e se espalha com o vento, crescendo fora do reflorestamento”, explicou a professora.

O deputado Plauto Miró Guimarães (DEM), que é um dos autores do projeto, disse que o projeto vai continuar protegendo a escarpa, mas agora dará segurança para aqueles que investem na região.

“Áreas de agricultura e reflorestamentos vão ficar fora da delimitação, para que proprietários rurais tenham segurança jurídica para poder investir e produzir”, contou.

Por outro lado, o deputado estadual Péricles de Mello (PT) é contra a mudança. “É um retrocesso ambiental pois existe um conselho gestor da APA o qual nem foi consultado”, contou.

Mello também ressaltou a importância de fazer audiências públicas sobre o tema. “Assim todos os lados são ouvidos e um projeto melhor pode ser feito; dessa forma é impossível de ser aprovada”, enfatizou.


Republicado de G1.

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